Sofía d`Ávilla |
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Saio para as calçadas de sábado calçadas de solidão ausente e a vontade de sofrer de Cesário aqui a gente não sofre em paz nem dor se sente.
É uma dor que não possui a melancolia da pura vida simplesmente e magnífica a vida aqui é apenas sociedade e o indivíduo uma estatística crescente
O indivíduo é uma estatística de alguém que já foi morto ou está em casa trancado com pânico do roubo ou assassinato e a ajuda que não vem.
A solidão da gente é uma solidão que a gente não sente é um estar sozinho sem ela estar presente, é um estar abandonado do eu-lírico imanente é estar só no centro de uma multidão rente.
Não há tempo de se sofrer pela beleza a Beleza aqui já foi mais do que vezes estuprada Não há tempo de se sofrer esta dor exaltada a Nobreza aqui já foi mais do que vezes prostituída nem escrever poesias, pura poesia melancólica e bela e filosófica A sociedade mata e vulgarmente.
DIÁRIO POPULAR 23.12.96 |